15/10/07

Será uma espécie de incontinência ?...

Que se passará na Câmara de Loures ?

O actual presidente e vereação, chegaram ao poder e de imediato meteram em marcha a substituição de competentes técnicos e chefias, por rapaziada com cartão, supostamente, da sua confiança pessoal ou política.

Pouco lhes interessou se as pessoas eram capazes ou competentes, se eram dedicadas ou empenhadas, se nutriam simpatia pelo PS ou não. Estavam a trabalhar com as anteriores administrações ? Então, rua daqui!

E foi assim, que a Câmara de Loures caiu na desorganização, na incapacidade, no mimetismo, na inépcia em que se encontra.

Mas o curioso é que passados apenas alguns anos desta inenarrável gestão, se pode verificar a fuga contínua dos "recrutamentos" para chefias feitos pelo PS. Ou seja, mesmo aqueles que chegaram por amiguismo, cartonismo ou encostadismo, estão a pôr-se a milhas. Vejamos apenas alguns exemplos para corroborar o que se afirma:

Dra. Elisabete Brito - Directora de Departamento Sócio-Cultural;
Arqª Ana Simões - Chefe de Divisão de Educação e Juventude;
Arqº Jorge Catarino - Director de Departamento de Urbanismo;
Arqº Paulo Pais - Director do Departamento do Plano Director Municipal;
Arqº Miranda Correia - Chefe de Divisão de Habitação;
Dr. João Monteiro - Chefe de Divisão de Desporto;
e dizem-me que mesmo a mais recente aquisição dirigente, já está em debandada: a Mestra Ana Paula Assunção.

Será apenas uma espécie de incontinência ?

01/10/07

Fatalidade ?

foto MÁRIO CRUZ/LUSA, obtida em Portugal Diário

Não me parece que seja uma mera fatalidade. Há mais de 10 anos que não havia cheias em Sacavém com esta gravidade e consequências.

E essa ausência de incidentes de cheias com significado, é o resultado directo das obras que as anteriores gestões da Câmara e dos SMAS ali realizaram, mas também da manutenção e limpeza que eram asseguradas.

É certo que dada a configuração da Praça da República que a conjugação da maré cheia com uma forte bátega de água, podem a todo o tempo ocorrer situações de inundação daquele largo, mas o que é absolutamente certo é que desta feita concorreu um terceiro factor importantíssimo e decisivo: o imenso aterro que está no cimo da Rua Salvador Allende, sobre a Ribeira do Prior Velho.

Ouvidas as declarações do Sr. Presidente da Câmara, numa coisa (a única de resto) se lhe pode dar razão: “a natureza procura sempre o seu espaço”. Ora aí estão, palavras sábias no meio do habitual vendaval de “a culpa é de todos menos minha”.

Então se a natureza procura sempre o seu espaço, porque autorizou a Câmara Municipal que o Sr. Presidente dirige, a invasão do espaço da natureza com aquele imenso e despropositado aterro? É fácil perceber que se quis facilitar a vida ao urbanizador que está a fazer os prédios em frente (faz-se tudo para facilitar a vida aos urbanizadores. Porquê?), permitindo-lhe que, com muito menos custos e trabalho desse destino a todas aquelas terras que retirou do outro lado, para fazer as fundações do seu empreendimento. Mas as consequências dessa leviandade aí estão! Sem apelo, nem agravo.

Estive lá e vi. As terras que encheram de lamas a Praça da República que atulharam as condutas até ao rebentamento, que fizeram jorrar as sarjetas, eram de um amarelo fresco e luminoso, como as do aterro da Rua Salvador Allende. Só podiam ter aquela origem.

Não encontrei ali, os lodos negros e mal cheirosos que habitualmente conspurcavam e atolavam tudo. Esses sim, vinham do Rio, esses sim consequência da maré cheia. Portanto, desta vez, não venham dizer-nos que é a fúria arbitrária dos elementos. Desta vez é a natureza a reconquistar o seu espaço e a Câmara de Loures estava avisadíssima para a possibilidade de ocorrências desta natureza.

É muito difícil perceber como se vai gastar uma fortuna num parque de estacionamento no sub-solo na Avenida Estado da Índia, como se vai gastar uma fortuna a criar 4-faixas de rodagem-4 e outras pipinoquices naquela artéria, quando se deixam essas vias estranguladas nos extremos e a Praça da República no desastre e no caos em que está. Não se conseguem perceber estas opções e estas orientações.

Portanto, não me venham cá com fatalidades. O que aconteceu e infelizmente há-de voltar a acontecer - e oxalá que nunca seja pior -, é consequência da acção humana, é resultado das decisões da Câmara Municipal, é o corolário de uma desastrosa (e até perigosa, pode começar a dizer-se) política de gestão do território.

Qual fatalidade ? Nem mesmo o facto de não ter conseguido encontrar nenhum dos vereadores da Câmara, residentes em Sacavém, no local do problema é uma fatalidade. É apenas consequência de escolhas e opções… humanas. A divindade nada tem que ver com isto!

Fatalidade ?