06/03/08

Posso votar já?

Dizem-me que no passado dia 29 de Fevereiro o PS de Loures inaugurou uma nova sede. Parabéns. Compreende-se que quem tem tido tão elevado empenhamento no desenvolvimento imobiliário e urbanístico do Concelho, dê o exemplo e mude de casa com alguma regularidade para animar o mercado e fazer de conta que este casario todo é preciso.

Dizem-me que nessa data, o Presidente da Câmara de Loures, eleito pelo PS, anunciou na comovente cerimónia que ali e naquele momento se abria a campanha eleitoral. Significativo, não ?!...

O PS na Câmara tem vindo a aferrolhar dinheiro no banco. O PS na Câmara tem vindo a empatar e a atrasar obras essenciais e que já outros antes deles haviam iniciado ou projectado. Só podia ter sofisma.

E aí está: começaram com os paineis publicitários já espalhados por todo o Concelho (pagos por nós), seguiu-se um Boletim Municipal (pago por nós) com 37 - fotografias - 37, com a ilustre figura do Sr. Presidente, dá-se agora o aviso solene do início do eleitoralismo puro (agradecemos a honestidade) e, preparemo-nos, porque vem aí um borbotão de inaugurações e outras cenaças.

Será que o Presidente da Câmara quer começar já a campanha eleitoral, porque já fez tudo o que prometia e tem pressa em fazer mais ?

Os bairros de génese ilegal já estão todos legalizados ?
As barracas no Concelho já não existem ?
Já constituiu a Associação de Desenvolvimento Local ?
Já delegou mais competências e meios nas Juntas de Freguesia ?
Já dotou o Concelho de ciclovias ?
Já criou a Polícia Municipal ?
Já lançou o Programa de Parques Residenciais ?
Já aumentou a Rede Viária Municipal ?
Já trouxe o Metropolitano até Sacavém ?
Já construiu a "CREL Ferroviária" ?
Já aumentou a rede dos Centros de Saúde ?
Já arranjou a forma expedita de construir o Hospital de Loures ?
Já desenvolveu a Rede de Equipamentos destinados ao Pré-escolar ?
Já alargou a rede de transportes escolares ?
Já tornou o turismo um sectro estratégico ?
Já valorizou o património arquitectónico e histórico-cultural ?
Já humanizou, modernizou e desborucratizou o funcionamento da Câmara ?
Já fez o Estádio do Grupo Sportivo de Loures ?
Já temos um campo de golfe em cada escola ?
Já concluiu as obras do Quartel dos Bombeiros de Sacavém ?
Já aí vem a Feira Popular ?
Já podemos contar com o Casino ?

Loures mantém-se como o 3º mais importante Município do país ?

Está tudo feito ? As promessas estão cumpridas ?

Então por mim, que comece a campanha eleitoral, e que se vote já. Esperar para quê ? Quanto mais cedo se começar outra vez a "mudança", um tal ciclo virtuoso, tanto melhor. Só temos a ganhar.

Para quê esperar pelas inaugurações ?

Posso votar já ?

7 comentários:

Anónimo disse...

Não sei se o Sr. Presidente deve começar já a campanha. É que o magnífico autocarro em que se deslocou na última certamente vai ficar um bocado estragado quando passar na Av. Estado da Índia, em Sacavém, de resto como os carros dos moradores mas isso paciência...
Agora se começar a campanha, significa que as obras finalmente vão acelerar e ser concluídas, pois que se abram as hostilidades.
A propósito, não deixa de ser significativo que a oposição (existe?) em Loures não tenha tomado nunca uma posição vigorosa e visível sobre as referidas obras que transformaram o local num cenário de guerra que se arrasta para desespero de quem por ali tem que circular. Ou será que dará jeito à oposição que a coisa se mantenha assim, para ser capitalizada durante a campanha?
Pois é, a campanha para os moradores daquela zona já começou há muito, assemelha-se é a uma campanha em África (salvo as devidas distâncias) feita através de picadas minadas de buracos pedregulhos e outros engulhos.
Cá para mim, ainda vamos assisir ao triste espectáculo de ver um todo ufano a inaugurar e outros cheios de vigor a condenar a demora, resta saber que era feito de todos eles durante este tempo todo...

Impudências disse...

Caro anónimo,
Não me canso e não me cansarei de dizer que não concordo com anonimatos para comentar a actividade política e a "coisa" pública.

Independentemente disso, apenas me resta acrescentar que concordo consigo.

Sou daqueles que pensa que este estado de coisas só se manterá se a oposição fizer falta de comparência.

E até desconfio que o Presidente da Câmara quer começar já a campanha por 2 razões: 1)Não se sente nada confortável. Sabe o que fez e tudo o que não fez; 2)É preciso aproveitar os recursos municipais (pagos por nós) para fazer toda a propaganda necessária a apagar a má imagem que temos da sua gestão.

Anónimo disse...

Caro Rui,
Estrategicamente falando...

Qual seria a melhor altura para o PS começar a sua campanha?

Quando será a melhor altura para as outras forças de oposição começarem também as suas acções de campanha?

Quando é que deixaremos ter uma oposição de reacção e passaremos a ter uma oposição de acção, que se antecipe? Que não enumere apenas questões e problemas, mas que levante questões pertinentes e apresente soluções que nós munícipes precisamos de ouvir e de ver implementadas.

Quando vamos deixar de utilizar sempre os mesmos chavões sobre os painéis publicitários, e as revistas e o diabo a 7...? Afinal não estamos no século XXI, onde o marketing político tem novas ferramentas e formas de agir, com melhores estratégias de comunicação?

Na minha opinião, a comunicação tem até sido um ponto fraco desta CM, ou que não tem explorado da forma mais adequada.

Quando é que temos de abandonar a ideia de que usam o "nosso dinheiro" para comunicar? Eu como munícipe gosto de ser informado, e até acho bem que façam mais investimento em comunicação para que claramente eu saiba o que está a ser feito. Essas verbas não tem de ser do partido que está a "governar" – deve ser do próprio orçamento da CM.
Afinal as regras são iguais para todos, e todos a usam, sempre usaram… quem não usa... só o faz por opção que quanto a mim é uma opção sem visão estratégica.

Porquê tanto pudor em comunicar?

Não há mal algum em comunicar o que se faz, e isso não tem de ser interpretado como campanha...

Concordo, 37 fotos serão demais!
Quantas é que a oposição, outrora "governo" usava? 33, 34? Nesse caso... mais uma vez me parece que o Sr. Presidente lhes leva vantagem...

Cada vez mais a estratégia passa por aparecer mais... e será o eleitorado que terá de ajuizar isso... Se apareceu demais... e chateou... ou de menos e nem se notou...

(aqui para nós... não é quantidade que faz qualidade, mas isso aplico a qualquer força partidária)

Quanto a todas as questões que coloca. São elas tantas e tão fora de tempo, muitas até desajustadas com as necessidades do concelho que… porque perguntar por elas? Só porque são uma promessa?

Eu acredito na Gestão Sistémica e Kinética. Ao ritmo que as mudanças se dão hoje em dia, é necessário fazer ajustes constantemente e há obras e promessas que podem não ser desejáveis que se executem.

Em vez deste tipo de perguntas, gostaria que as questões fossem mais estratégicas e futuristas.


Os bairros de génese ilegal já estão todos legalizados?
Terão todos os bairros condições para serem legalizados? Eu não gosto de saber que as minhas contribuições são gastas a legalizar bairros que surgiram, ou permitiram que fossem edificados à margem da lei, por benevolência da CM da altura. Esta minha opinião pode até ser socialmente condenável, mas por mim, muitos deveriam ser destruídos, outros, mais que um programa POLIS… precisaríamos de um Programa BAHAUS adequado aos nossos dias e necessidades de cidadãos.

As barracas no Concelho já não existem?
O que se fazem as pessoas que nelas habitam e com que custos?
Mais fundo social? Antropologicamente e sociologicamente o que fazer correctamente para não acabar com barracas aqui e outras nascerem noutro lado.

Já constituiu a Associação de Desenvolvimento Local?
Mais uma associação? Mais Administradores, mais directores, gestores e assessores?????
Já delegou mais competências e meios nas Juntas de Freguesia?
Têm as JF pessoas capazes de receber mais competências? Têm as JF capacidades de gestão eficazes capazes de tomarem as decisões mais correctas para os seus “fregueses”?
Já dotou o Concelho de ciclovias?
Ciclovias são importantes, mas primeiro, que se façam passeios e arranjos urbanísticos que são extremamente necessários e sim, que se incluam já as ciclovias e todas as boas práticas de acessibilidades.
Já criou a Polícia Municipal?
Mais um Custo a ser suportado pelos cidadãos, por que razão? Para fazer o quê exactamente? PSP e GNR não dão conta do recado?
Já lançou o Programa de Parques Residenciais?
Já se fez um estudo socio-económico e psicográfico dos habitantes, para saber quem são, o que são e o que fazem? Que habitantes temos e que habitantes queremos atrair para o concelho? Vamos usar os mesmos princípios de construção e de urbanismo com as regras e leis que não respondem as necessidades das pessoas?
Já aumentou a Rede Viária Municipal?
Não pergunte se já aumentou, mas se já estudou as prioridades de melhoramento da rede viária, a que conclusões chegaram, e que acções vão implementar, com que custos, e em que tempo. Que opinião formada tem a oposição sobre esta temática, que estudos e propostas tem para apresentar?
Já trouxe o Metropolitano até Sacavém?
Pergunte também se vai trazer o metropolitano de Odivelas até Loures? E já agora, caro Rui, não quer propor a criação de um consórcio para a constituição de uma companhia concorrente ao metropolitano de Lisboa? Seguramente que o retorno do investimento nunca deverá existir, mas que importa, são os cidadãos a pagar. Ou sabe de alguma estratégia da oposição ao PS, capaz de “impor” ou “obrigar” o Metropolitano de Lisboa a ceder às pretensões da CM?

Já construiu a "CREL Ferroviária"?
A CM também tem competências ferroviárias? Creio que tudo poderá fazer para promover e atrair esse tipo de investimento, mas o mercado é soberano e as empresas ferroviárias sabem analisar muito bem os retornos de investimento. Ou pretendia que fosse mais investimento para os cidadãos pagar, para depois ser explorado por terceiros, onde o cidadão para utilizar, volta a pagar…?
Como se poderá rentabilizar um investimento destes atrair e comprometer as empresas ferroviárias a implementar estas linhas?
Deve haver algures um truque maravilha.

Já aumentou a rede dos Centros de Saúde?
Que programa de saúde existe? Que recursos são necessários? Que população tem de abranger com serviços de qualidade? Não será preferível a centralização para maximização dos custos e aproveitamento de sinergias?
Já arranjou a forma expedita de construir o Hospital de Loures?
CM não é uma construtora nem uma Sociedade de exploração Hospitalar.
Qual é a sua proposta para o retorno de tão grande investimento? E que protocolos e avales do estado julga ter. Basta querer? Ou há coisas que não dependem da CM, por mais exigente que seja, independentemente da cor politica que esteja a governa-la.

Já desenvolveu a Rede de Equipamentos destinados ao Pré-escolar?
Prefiro perguntar: Que oferta privada existe e que oferta publica existe. Que qualidade? Pontos fortes e Pontos Fracos? Que melhorias possíveis?
Em que moldes implementar essa rede? Ou vão os munícipes pagar mais uma vez investimentos feitos à toa sem critério algum, criando até desigualdades sociais de oportunidades entre os munícipes.


Já alargou a rede de transportes escolares?
Pergunte antes, que rede tem neste momento e de que forma a podemos optimizar? Porquê sempre uma visão despesista, em vez de se pensar em optimização.

Já tornou o turismo um sector estratégico ?
Explique-me de que forma consegue tornar o Turismo em Loures um sector estratégico… consegue-me dar duas ou três ideias. Será pelo lado ambiental? Cultural e Histórico? Ou vai lançar um concurso para a criação do Pastel Saloio, em analogia ao pastel de Belém? E onde vai construir a Torre do Saloio, os Mosteiros dos Saloios…
É possível tornar o Turismo um sector atractivo e dinâmico, mas isso levará o seu tempo, já que o Turismo sempre foi em muitos mandatos anteriores um parente pobre esquecido nas estratégias de gestão camarária.

Já valorizou o património arquitectónico e histórico-cultural?
Ora… aqui está uma pergunta válida… já sei que as Linhas de Torres não podem contar… nem os novos planos de investimento que estão em estudo e em curso.

Já humanizou, modernizou e desburocratizou o funcionamento da Câmara?
Concordo… há demasiada Burrocracia. Há que aligeirar a máquina que se arrasta desde o passado.

Já fez o Estádio do Grupo Sportivo de Loures?
E que tal um centro cultural? E o alargamento do horário das bibliotecas – que implicará mais recursos humanos e materiais? E programas de inovação e criatividade nas escolas? E Programas de desporto e apoio a alta competição…? E já agora, como dotar de auto sustentabilidade os centros de associativismo, que programas de apoio e de incentivo à modernização… ou seja… Dêem a cana, ensinem a pescar, mas que cada uma pesque o seu peixe.
Que outros clubes precisam também de melhorar os seus estádios.
Num limite de pró-actividade e inovação, dentro de 10 a 15 anos, o concelho de Loures poderia ser um dos principais fornecedores de talentos para o futebol português. Talvez a estratégia para se vir a ganhar um Mundial ou um Europeu comece aqui…

Já temos um campo de golfe em cada escola?
Esta tem a sua piada, uma pergunta vinda de um ex-vereador do ambiente. Pergunte: Que recursos hídricos e de manutenção são necessários para um campo de golfe?
Já concluiu as obras do Quartel dos Bombeiros de Sacavém?
Peça também para, além de finalizar as obras no quartel dos Bombeiros de Sacavém, que promova obras de restauro e melhorias em todos os quartéis do concelho, por uma questão de igualdade. Peça mais alguma coisinha que se lembra… lá diz o povo, quem não chora…

Já aí vem a Feira Popular?
(esta não preciso de comentar)
Já podemos contar com o Casino?
(esta nem quero comentar)
Loures mantém-se como o 3º mais importante Município do país?
Quero que Loures seja conhecido por ser um concelho agradável para se viver, com uma estrutura de recursos que dêem resposta aos seus munícipes e que possua uma estratégia de chamar pessoas que possam dinamizar o concelho. E aqueles que cá já residem, tenham oportunidades de serem mais produtivos, quer em termos de trabalho, gerando riqueza, quer em termos demográficos, tendo a possibilidade de nos dar novas gerações, de gerar um concelho cada vez mais jovem etariamente. Não se preocupe em ser o 3º ou o 4º ou 10º. Preocupemo-nos com Qualidade e não com quantidade ordinal.

Está tudo feito? As promessas estão cumpridas?


Então por mim, que comece a campanha eleitoral, e que se vote já. Esperar para quê ? Quanto mais cedo se começar outra vez a "mudança", um tal ciclo virtuoso, tanto melhor. Só temos a ganhar.

Para quê esperar pelas inaugurações?
Concordo! Acho até que deveriam ser proibidas inaugurações em período de pré campanha eleitoral. Aliás, deveriam de parar de fazer o que quer que fosse, de eventualmente até se demitirem, para que ninguém pudesse achar que tudo o que possam fazer é em prole da campanha política e só e apenas com uma visão partidária.
O problema dos nossos políticos é terem uma visão demasiado política e menos técnica. E os técnicos terem uma visão demasiado técnica e praticamente nada política.
Devíamos até fazer uma consulta popular para decidir sobre a abolição do termo do nosso léxico linguístico.

Rui Nascimento

Impudências disse...

Caro Rui Nascimento,

Agradeço os seus comentários e desde já lhe assinalo que até concordo com alguns deles.

Quer-me parecer que não percebeu bem a origem das minhas perguntas e porque abordo eu aqueles temas e não outros, mas vou recordá-lo. Mais, vou mesmo blogar o folheto, para que esteja patente e presente: trata-se de documento profusamente distribuido em campanha eleitoral pelo PS, intitulado "compromissos para a mudança". É lá que estão os "compromissos" que enumerei.

Não que me pareça que aquelas acções sejam as que o Concelho precise. Nem pouco mais ou menos as defendo ou concordo. Mas são aquelas com que a actual maioria se comprometeu com o eleitorado. E a verdade é que nem uma foi concretizada o que me parece elucidativo de uma certa conduta e uma certa forma de fazer política.

Pugno firmemente pelo direito à informação e julgo ser obrigação de quem está no poder informar. Poderia até começar por informar porque razão não concretizou nenhum dos "compromissos" que assumiu.

Mas não posso deixar passar em claro que o orgão Câmara Municipal é um orgão colegial, integrado por vários partidos e sensibilidades, logo, os orgãos de informação municipal - que nós pagamos - não podem ser os porta-vozes de uma única sensibilidade ou mesmo de uma única pessoa (normalmente o Presidente da Câmara).

Quando assim é, por muito meritórias que sejam as iniciativas da oposição, quem é que chega a saber que elas existem? Onde fica assim o direito à informação?

Acha então que as referências aos paineis publicitários são um chavão ultrapassado? Vou dizer-lhe porque não conordo nada consigo neste particular.

Nas vésperas das ultimas eleições autárquicas, as Piscinas da Portela foram envolvidas em paineis publicitários que prometiam ainda para aquele ano a conclusão das obras.

Como sabe, só agora foram concluidas, já para além do meio deste mandato. Parece-lhe legítima a propaganda, a "informação" feita assim? Com objectivos meramente eleitoralistas? Não me oponho a que os partidos o façam e as pessoas ajuízem, mas a instituição Câmara Municipal, a enganar-nos deliberada e premeditadamente ?

Pois não aceito!

Ao referir a posição de 3º município não me ocorre nenhuma preocupação quantitativa, nem a conquista de uma medalha. Pelo contrário, o que está em causa é a qualidade e Loures já foi o terceiro município do país em população e em poder de compra.

Se o primeiro indicador não tem neste contexto grande relevância, já o segundo é revelador de que foram as políticas dos últimos anos que remeteram Loures para o 7º lugar desse ranking. Há-de concordar que não é grande sinal do acerto das opções, nem dos seus resultados.

Recentemente, o Sr. Presidente da Câmara, anunciou levianamente que dentro de 5 anos, o Concelho de Loures terá pleno emprego. Pode parecer-nos verosímil tal afirmação ?

Ainda por cima quando na última reunião de Câmara, ao ser perguntado ao Sr. Presidente qual era a taxa de desemprego no Concelho e qual era o rácio da relação emprego/população activa, ficou a perceber-se que ele não fazia a menor ideia.

É certo que os investimentos da Administração Central não dependem da vontade municipal. O Hospital por exemplo. Mas o facto de ao invés de constituir uma causa comum e mobilizadora dos municípes e com isso obter-se o peso político necessário para que avance. O que temos são patéticas tentativas de instrumentalização do processo, de submissão às lógicas partidárias e designadamente aos interesses específicos do Governo.

De qualquer modo, não esqueça nunca um aspecto nuclear. O valioso terreno é da Câmara Municipal de Loures. Logo só pode ter um muito importante papel a desempenhar. Afirmar-se como um accionista de referência. Se a Câmara não é uma sociedade de gestão hospitalar, tem pelo menos de ser uma "sociedade de gestão" dos interesses do Município e dos municípes. Vê isso no que concerne ao Hospital? Se sim. por favor elucide-me.

Certamente que nem todos os bairros de génese ilegal podem ser legalizados. Mas então para que se prometeu às pessoas a sua "legalização imediata" ?

E poderiamos ir por aí fora... Mas o desafio que me lança de ir ao nível estratégico, é um desafio que quero aceitar. Não sei ainda bem como o farei, mas responderei ao seu desafio, pode crer.

Volte sempre.

Anónimo disse...

Caro Rui Pinheiro

de facto, tenho assistido nos últimos anos a uma enorme falta de estratégia por parte da CML, não só com a gestão PS mas também com a anterior gestão CDU.

Acredito em processos de gestão, numa vertente que muitas das vezes os politicos são incapazes de implementar medidas, ou por serem impopulares, ou por não terem os devidos conhecimentos para o fazer.


Acredito e sou defensor desta ideia: todos os politicos com responsabilidades de gestão na adminsitração central ou autarquica, deveriam ter uma formação BASE minima em gestão, em economia, sociologia e psicologia numa vertente social, em negociação e em estratégia empresarial adaptada a estratégia autarquica. Para além disso, serem especialistas nas suas áreas de vereação. Acho que isso ajudaria a bolear e a refinar a consciência, para se evitar que se fizessem tantas promessas que, só por falta de conhecimento de causa se fazem, e claro que dificilmente (e ainda bem) serão implementadas.

A minha ideia seria a de inverter as actuais práticas. Ter decisores - vereadores - especialistas. E ter assessores tarefeiros que de confiança politica tomassem o pulso para controlarem a implementação das decisões e estratégias e não ao contrário.

Quanto à informação e comunicação: apontou-me uma questão que tem um caracter democrático. Neste momento tem voz, a quem o "povo" deu voz... mas... ha formas de não ficar calado...

o seu blog por exemplo que muito recentemente descobri... é uma dessas formas...

Por hora, só me resta dizer que não sou adepto das acções de política de desgaste de quem está no poder... desgastar só por desgastar...

Veja o estado do PSD que a nível nacional está uma lástima, que têm usado esta estratégia, e afinal são eles que se vão desgastando.

Tal como é lei nas actividades economicas, a concorrência deve ter igualdade de oportunidades. É obvio que a missão de cada um é ser melhor do que o outro. Qualquer empresa que apenas diga mal do seu concorrente, tem os dias contados.

É a diferença entre agir e reagir.
Infelizmente... o que vejo neste concelho e na politica em geral são apenas reações de ambas as partes... dos que governam e dos que pretendem governar...

volto à minha ideia... é preciso aprender... é preciso saber fazer, é preciso fazer saber...

tenho dito...

Impudências disse...

Caro Rui Nascimento,

Agradeço-lhe a participação, a exposição de ideias e as inquietações que manifesta, algumas das quais partilho, embora talvez não coincidamos nas soluções.

Tenho a perspectiva de que a actividade política não deve ser exercida por "especialistas" particularmente "treinados" para o efeito.

Francamente desconfio de soluções tecnocráticas, porque a prazo, mais curto que longo, as lógicas corporativas instalam-se e são razões e motivações de grupo, lógicas particulares, que emergem e se afirmam.

A "governança" como agora usa chamar-se, parte do principio que nós cidadãos, coitados, somos ineptos, incompetentes e ininputáveis. Não posso discordar mais.

Por outro lado, quer-me parecer que a maioria da actual geração de políticos no activo, sobretudo no governo (por enquanto não estendo essa análise à generalidade das autarquias)são já produto de uma "preparação" para o exercicio de cargos de poder.

Note que uma grande parte deles nunca exerceram outras funções que não fossem político-partidárias. Nunca trabalharam em lado nenhum, nunca tiveram uma actividade profissional propriamente dita.

É claro que não foi a preparação de que o Rui fala. Alguns têm licenciaturas até, mas nunca as confrontaram com o mundo do trabalho ou dos negócios.

As habilitações que desenvolveram foram as das amizades de circunstância, da bajulação oportuna, da traição sorridente, da mentira encapotada, da posição conveniente, da frase oca, da ambição desmedida, do pragmatismo saloio, da ignorância atrevida. Tornaram-se bastante competentes nestes dominios...

No Concelho de Loures já vejo vários destes personagens. Uns a fazerem o que podem para chegarem a deputados, outros a "posicionarem-se" para tentarem chegar a Presidente de Câmara. Não que se lhes conheça um projecto apoiável e meritório para benefício da comunidade ou dos seus concidadãos. Não, tratam-se de meros projectos de poder pelo poder. De estrita ambição pessoal.

É claro que um mínimo de ambição pessoal e colectiva é indispensável para mudar o que é preciso e fazer o que é preciso para todos. Mas quando é o factor único de motivação, não me parece que nos sirva.

E solução para isto ? Para mim está cada vez mais na construção de uma democracia participada. Ou seja, temos de ser todos nós a exercer o controlo e a vigilância democrática. Não podemos participar apenas de 4 em 4 anos para delegar noutros. Para além do direito e dever de votar, temos o direito e o dever de acompanhar e até obrigar a fazer o que é certo, desmascarar as mentiras e ajudar a boa governação. Sublinho governação e não "governança".

Sem dúvida, o meu "blog" é uma expressão do exercício de um direito democrático basilar. A sociedade moderna facultou-nos esta ferramenta.

Mas concordará que as minhas opiniões nunca terão a "distribuição" que tem a opinião do Presidente da Câmara no editorial do boletim municipal. Posso ter ideias magníficas e uma visão estratégica excelente, mas fico relegado ao blog. Não há lugar a igualdade de oportunidades!

Note-se que quando trato o assunto na primeira pessoa do singular não estou a pretender -evidentemente- que cada um de nós tivesse direito a um editorial ou a uma entrevista. Seria impraticável, como é óbvio. Digo-o em sentido figurado.

Contudo, penso - e bato-me por isso - que o estado de direito democrático deveria assegurar que os demais partidos e formações do arco político local deveriam ter um espaço, nos instrumentos de comunicação municipal. Nem é inédito: o site da Câmara Municipal de Lisboa há muitos anos que tem espaço próprio para os partidos com representação municipal. E bem.

A revista municipal em Loures, apresenta-se com 52 páginas. Atribuir uma à CDU e outra ao PSD mas eventualmente também ao BE e CDS, representados na Assembleia Municipal, portanto, no máximo de 4 páginas em 52, seria assim tão "perigoso"? A maioria municipal sempre ficaria com 48 páginas. Caberiam ainda as 37 fotografias do seu líder. Por aí continuaria a dormir tranquila, não concorda?

Isso seria um reforço da vida democrática ou um incómodo?

Também sou contra as estratégias de desgaste pelo desgaste. O que defendo é que quem governa tem de prestar contas amiúde. Quem é governado tem de pedir contassempre e todos os dias. Acredito que é possivel vivificar a democracia e romper com a democracia de pacotilha, formalista e burocrática. Viver é também intervir e participar, contruir e propor.

E por fim, estou consigo numa ideia central: Não basta contestar, é preciso construir alternativas. Com visão estratégica e sentido de futuro.

E bem que o Concelho de Loures, hoje, precisa disso.

Volte sempre!

Impudências disse...

Para quem possa estar interessado em propostas para além da visão crítica, de que não prescindo, convido para http://eupresidente.blogspot.com