foto MÁRIO CRUZ/LUSA, obtida em Portugal Diário
Não me parece que seja uma mera fatalidade. Há mais de 10 anos que não havia cheias em Sacavém com esta gravidade e consequências.
E essa ausência de incidentes de cheias com significado, é o resultado directo das obras que as anteriores gestões da Câmara e dos SMAS ali realizaram, mas também da manutenção e limpeza que eram asseguradas.
É certo que dada a configuração da Praça da República que a conjugação da maré cheia com uma forte bátega de água, podem a todo o tempo ocorrer situações de inundação daquele largo, mas o que é absolutamente certo é que desta feita concorreu um terceiro factor importantíssimo e decisivo: o imenso aterro que está no cimo da Rua Salvador Allende, sobre a Ribeira do Prior Velho.
Ouvidas as declarações do Sr. Presidente da Câmara, numa coisa (a única de resto) se lhe pode dar razão: “a natureza procura sempre o seu espaço”. Ora aí estão, palavras sábias no meio do habitual vendaval de “a culpa é de todos menos minha”.
Então se a natureza procura sempre o seu espaço, porque autorizou a Câmara Municipal que o Sr. Presidente dirige, a invasão do espaço da natureza com aquele imenso e despropositado aterro? É fácil perceber que se quis facilitar a vida ao urbanizador que está a fazer os prédios em frente (faz-se tudo para facilitar a vida aos urbanizadores. Porquê?), permitindo-lhe que, com muito menos custos e trabalho desse destino a todas aquelas terras que retirou do outro lado, para fazer as fundações do seu empreendimento. Mas as consequências dessa leviandade aí estão! Sem apelo, nem agravo.
Estive lá e vi. As terras que encheram de lamas a Praça da República que atulharam as condutas até ao rebentamento, que fizeram jorrar as sarjetas, eram de um amarelo fresco e luminoso, como as do aterro da Rua Salvador Allende. Só podiam ter aquela origem.
Não encontrei ali, os lodos negros e mal cheirosos que habitualmente conspurcavam e atolavam tudo. Esses sim, vinham do Rio, esses sim consequência da maré cheia. Portanto, desta vez, não venham dizer-nos que é a fúria arbitrária dos elementos. Desta vez é a natureza a reconquistar o seu espaço e a Câmara de Loures estava avisadíssima para a possibilidade de ocorrências desta natureza.
É muito difícil perceber como se vai gastar uma fortuna num parque de estacionamento no sub-solo na Avenida Estado da Índia, como se vai gastar uma fortuna a criar 4-faixas de rodagem-4 e outras pipinoquices naquela artéria, quando se deixam essas vias estranguladas nos extremos e a Praça da República no desastre e no caos em que está. Não se conseguem perceber estas opções e estas orientações.
Portanto, não me venham cá com fatalidades. O que aconteceu e infelizmente há-de voltar a acontecer - e oxalá que nunca seja pior -, é consequência da acção humana, é resultado das decisões da Câmara Municipal, é o corolário de uma desastrosa (e até perigosa, pode começar a dizer-se) política de gestão do território.
Qual fatalidade ? Nem mesmo o facto de não ter conseguido encontrar nenhum dos vereadores da Câmara, residentes em Sacavém, no local do problema é uma fatalidade. É apenas consequência de escolhas e opções… humanas. A divindade nada tem que ver com isto!
E essa ausência de incidentes de cheias com significado, é o resultado directo das obras que as anteriores gestões da Câmara e dos SMAS ali realizaram, mas também da manutenção e limpeza que eram asseguradas.
É certo que dada a configuração da Praça da República que a conjugação da maré cheia com uma forte bátega de água, podem a todo o tempo ocorrer situações de inundação daquele largo, mas o que é absolutamente certo é que desta feita concorreu um terceiro factor importantíssimo e decisivo: o imenso aterro que está no cimo da Rua Salvador Allende, sobre a Ribeira do Prior Velho.
Ouvidas as declarações do Sr. Presidente da Câmara, numa coisa (a única de resto) se lhe pode dar razão: “a natureza procura sempre o seu espaço”. Ora aí estão, palavras sábias no meio do habitual vendaval de “a culpa é de todos menos minha”.
Então se a natureza procura sempre o seu espaço, porque autorizou a Câmara Municipal que o Sr. Presidente dirige, a invasão do espaço da natureza com aquele imenso e despropositado aterro? É fácil perceber que se quis facilitar a vida ao urbanizador que está a fazer os prédios em frente (faz-se tudo para facilitar a vida aos urbanizadores. Porquê?), permitindo-lhe que, com muito menos custos e trabalho desse destino a todas aquelas terras que retirou do outro lado, para fazer as fundações do seu empreendimento. Mas as consequências dessa leviandade aí estão! Sem apelo, nem agravo.
Estive lá e vi. As terras que encheram de lamas a Praça da República que atulharam as condutas até ao rebentamento, que fizeram jorrar as sarjetas, eram de um amarelo fresco e luminoso, como as do aterro da Rua Salvador Allende. Só podiam ter aquela origem.
Não encontrei ali, os lodos negros e mal cheirosos que habitualmente conspurcavam e atolavam tudo. Esses sim, vinham do Rio, esses sim consequência da maré cheia. Portanto, desta vez, não venham dizer-nos que é a fúria arbitrária dos elementos. Desta vez é a natureza a reconquistar o seu espaço e a Câmara de Loures estava avisadíssima para a possibilidade de ocorrências desta natureza.
É muito difícil perceber como se vai gastar uma fortuna num parque de estacionamento no sub-solo na Avenida Estado da Índia, como se vai gastar uma fortuna a criar 4-faixas de rodagem-4 e outras pipinoquices naquela artéria, quando se deixam essas vias estranguladas nos extremos e a Praça da República no desastre e no caos em que está. Não se conseguem perceber estas opções e estas orientações.
Portanto, não me venham cá com fatalidades. O que aconteceu e infelizmente há-de voltar a acontecer - e oxalá que nunca seja pior -, é consequência da acção humana, é resultado das decisões da Câmara Municipal, é o corolário de uma desastrosa (e até perigosa, pode começar a dizer-se) política de gestão do território.
Qual fatalidade ? Nem mesmo o facto de não ter conseguido encontrar nenhum dos vereadores da Câmara, residentes em Sacavém, no local do problema é uma fatalidade. É apenas consequência de escolhas e opções… humanas. A divindade nada tem que ver com isto!
Fatalidade ?
5 comentários:
Caro amigo:
não tem sido por falta de avisos, nem de intervenções, quer na Assembleia de Freguesia nem na assembleia Municipal que a situação se perpetua no tempo.
No geral concordo com a sua análise. No entanto acho de uma tremenda injustiça afirmar que não estava nenhum dos vereadores de Sacavém. A vereadora Anabela Feliciano esteve no local toda a manhã e também parte da tarde, acompanhada pelos eleitos locais, o vereador José Abrantes esteve logo a seguir ao almoço.
A sua intervenção teria mais sentido se acusasse aqueles que deveria, ou seja, os vereadores do PS, Ricardo Leão e António Pereira e o presidente da CM;L.
Poupariamos munições se definíssemos bem o alvo da nossa insatisfação.
Um abraço
da amiga
Maria Eugénia Coelho
Cara Maria Eugénia,
O que está escrito é:"Nem mesmo o facto de não ter conseguido encontrar nenhum dos vereadores da Câmara, residentes em Sacavém, no local do problema é uma fatalidade. É apenas consequência de escolhas e opções… humanas. A divindade nada tem que ver com isto!". Nenhuma passagem fugaz por onde quer que seja, deixa marca!
Por outro lado, prezo as atitudes e iniciativas em reunião de Câmara e Assembleia Municipal, mas isso é como gritar dentro de uma caixa no fundo do mar:pode gritar-se muito, mas ninguém ouve.
E já agora, minha cara, não nos equivoquemos. Isto é um mero blog de um mero cidadão que, por acaso, tem opinião. A alta política, as boas munições e os alvos certos terão de ficar para os políticos no activo e encartados.
Upsss Rui!
parece que pisaste os calos de alguém.
Olha que a Dona Maria Eugénia Coelho não gostou nada do desperdicio de munições.
Eu cá não percebi nada! Deve ser porque sou ignorante nessas coisas da politica... ou não percebo nada de caça!
Continua Rui... e não poupes munições. Quem sabe ainda apanhas uma Lebre!
Ah! eu não me assino porque sou mesmo anónimo!
Ao abrir a possibilidade de serem feitos comentários, aceitei as regras do jogo, mas não concordo com anonimatos. Ter opinião é exercer a liberdade a que temos direito. Para quê anonimatos ?
anonimatos - fazem-me pensar no principio das 3 liberdades...
bom... mas já agora, há 10 anos alguém terá dito que há mais de 10 anos que não aconteciam cheias assim... é algo comum. Há quem defenda que existe um ciclo de cheias de 16 em 16 anos... é um caso para investigar e falar com os mais idosos, usar da sabedoria popular e dos registos cientificos... não é só falta de ordenamento que existe.
É também falta de formação por parte dos nossos dirigentes que ocupam cargos de liderança sem terem por vezes o minimo de noção e de conhecimentos para desempenhar cargos onde têm de tomar decisões e aprovar projectos que para os quais não têm competencia.
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